quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Corsário preso

Corsário

“Meu coração tropical está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz

As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roseirais Nova Granada de Espanha
Por você eu teu corsário preso
Vou partir na geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar procurar o mar

Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá

Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar

Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o mar”


Alguém aqui sabe o que é possuir um sentimento tão grande que parece não caber dentro da gente?
Buscamos uma palavra e o máximo que conseguimos é um nó na garganta, poros dilatados, face morna e vontade de gritar...
Talvez, no meu caso, seja o português raso. Aulas que “matei” e que hoje me fazem tanta falta.
Quem não quis ao menos uma vez na vida buscar as mãos do mar?
E quem nunca sentiu vontade de mandar palavras secretas em garrafas por todo o oceano? E melhor, quem não desejou que as pessoas certas as recebessem? Sem grandes pretensões, apenas para termos a sensação de dever cumprido.

Talvez se eu fosse um gigante e tivesse mais pele e pulmões maiores. Se tivesse também mais tempo de vida... Talvez eu conseguisse descobrir de onde vem tanta agonia.
A entrega da partitura é rápida e num piscar de olhos, a sinfonia tocará inacabada por toda a eternidade.



Sinto uma vontade imensa de beber essa música.
É como se ela fosse matar a minha sede de tudo.
Tolice! Música não se bebe.
Morrerei disso.
E não é culpa de ninguém. A culpa é minha e das minhas vontades insanas.
Vontades de quem naufragou em terra firme.

Bjs
Manu

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